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Acampamento Kades - Carnaval

Este evento demonstrou que quando vivemos o sonho de Deus em nossas vidas, nada pode nos impedir. Hoje só tenho que agradecer.

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1 de setembro de 2013

A Igreja Adormecida


É muito comum passarmos por alguém que esteja com uma necessidade espiritual e simplesmente ignorarmos a cena. Como se estivéssemos dentro de uma redoma; como se nunca fôssemos precisar de ajuda ou que já não tenhamos sido ajudados por alguém. Simplesmente ignoramos! Em alguns casos até criticamos as ações que possam ter levado aquela pessoa a chegar em tal situação e em nosso âmago, agradecemos a Deus por aquilo não estar acontecendo conosco. Se há algum privilégio em sermos cristãos, se há alguma honra, se há alguma vantagem; dá-se a capacidade que temos de amar; sem esperar retorno, ou quando ninguém está olhando, ou quando nós mesmos estamos com alguma carência. A capacidade a qual o Senhor Jesus nos outorgou quando passamos de velha para nova criatura, como uma credencial que é colocada em nosso DNA que nos permite ajudar ao próximo naturalmente; sem reservas, sem medo, sem orgulho, sem preconceito, apenas pelo prazer de ajudar. Sabemos que o coração é um músculo e também sabemos que apenas exercícios constantes podem desenvolver um músculo, à medida que, se nosso coração estiver exercitando amor, vamos desenvolvê-lo e colher bons frutos para a eternidade, mas se o nosso coração estiver cheio de carácteristicas ruins e exercitando maldade e apatia, vamos desenvolvê-lo para a nossa própria destruição. O que eu notei no último sábado 24/08/2013, foi mais que uma igreja, uma academia de corações exercitando amor. Amor uns para com os outros, amor à uma "Igreja Adormecida co-irmã", amor às almas perdidas que estão correndo a passos largos para o inferno nas ruas. Corações em pleno exercício de um dom tão especial que é o amor. Esta experiência foi para mim única, pois, eu mesmo, por tantas vezes passei por moradores de rua sem nem ao menos notá-los, com um coração totalmente atrofiado em egoísmo, mergulhado em meus próprios interesses, até que me deparo com uma situção onde eu estou no lugar dessas pessoas, um verdadeiro desafio,embora eu soubesse que tinha para onde voltar, tinha minha casa, tinha a minha família, a minha esposa, o meu filho, e que aquilo era apenas uma encenação, que logo estaria de volta a minha vida. No entanto, ter ficado alí a porta da Igreja Batista Emanuel, caracterizado como morador de rua, me fizera pensar: "E se eu não tivesse nada disso?", "Se simplesmente todos e tudo neste mundo me virassem as costas? O que eu seria? Eu ainda seria alguma coisa?", pois a maioria das pessoas que passaram por mim alí (alguns até são meus irmãos em Cristo), nem olhavam em minha direção e os que olhavam simplesmente me ignoravam! Mas então o Senhor me mostrou mais um motivo para continuar acreditando no ser humano, algo semelhante ao que sentí quando o meu filho nasceu; Ele me mostrou o motivo pelo qual Ele acreditou e no caminho para o Calvário não desistiu, foi quando um jovem da própria igreja, que nem ao menos era batizado nas águas ainda, tocou em meu ombro estando eu ainda sentado naquele chão frio e me ofereceu alimento para o corpo e para o espirito, pouco antes do culto e enquanto toda a mocidade se reunia dentro do templo para lanchar. Ahhh!Neste momento eu me emocionei e algo em meu coração me fez voltar ao madeiro, àquela tarde que terminará com chuva, àquele sangue carmesim derramado injustamente, àquele sofrimento de Jesus, aparentemente gratuito e sem explicação para os espectadores da época, e então eu pensei:" Eu tenho Cristo", "acima de tudo Ele está em mim", "foi por mim, foi por esse jovem, foi por esse momento aqui que Ele deu a Sua vida e que sofreu uma morte brutal e de cruz. Ele mostrou amor por mim e eu se quer era nascido". Eu nunca irei me esquecer, dos olhares que recebí, ao entrar no templo vestido como mendigo, alguns de compaixão, outros de repulsa, os de arrependimento e de espanto quando comecei a encenar a peça, mas acima de tudo, aquele olhar cheio de lágrimas que recebí daquele jovem ao término do culto me pedindo desculpas por ter considerado que eu era realmente um morador de rua e ter ido me ajudar. A peça tivera tocado em seu coração e ele fez o que cada um de nós teríamos o dever de fazer, como critãos que somos, e é importante ressaltar que este jovem ainda nem era batizado, era provávelmente um novo convertido fazendo o papel que muitas vezes nós: critãos já antigos, procuramos com tanta sutileza trocar pelo banco cômodo da igreja. Contudo, eu só tenho a agradecer em primeiro lugar, ao Senhor Jesus, pela oportunidade que me deu de fazer a Sua obra neste projeto, depois à mocidade Kades por tão nobre atitude e pelo convite para participar da peça teatral "A Igreja Adormecida", e ao Pastor Rui Alexandre, pela sensibilidade de reconhecer que nós como igreja precisamos despertar para o "ide" e para o "amor ao próximo como a nós mesmos". Que Deus abençoe a todos! Vamos manter nosso coração aquecido e exercitando o amor de Deus!



Elvis Ribeiro Jr.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; 1 Coríntios 13:3-5

Tema: Depoimento de um Mendigo - A Igreja Adormecida

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26 de agosto de 2013

Conferência Kades 22 a 26 de Julho Tema: Jovens Despertai!



Esse desejo não era algo novo, ele já estava em nosso coração e em nossas mentes há algum tempo.
Realizar uma semana de conferência, onde nossos jovens pudessem trabalhar em um todo, para servir outros jovens e a igreja, e isso aconteceu.
Foi uma semana fria, talvez a semana mais fria desse inverno, e isso nos deixou muito preocupado, tendo em vista, que em nosso primeiro encontro foi muito conturbado, mas Deus, com Sua imensa graça, ouviu nossas petições e nos abençoou grandemente.

É claro que aguardavamos um número mais expressivo de nossos irmãos, o que não ocorreu na segunda e terça-feira. Nossa média geral, ficou em 55 pessoas presentes por dia, com destaque na sexta-feira, onde quase 90 jovens se fizeram presentes.

A semana foi ricamente abençoada, e por isso queremos agradecer a Deus, por tudo que Ele tem nos proporcionado, agradecemos a todos os irmãos que nos apoiou e nos presenteou com suas presenças.  Da mesma forma, queremos agradecer a todos os jovens MK, que além enfrentar a semana gelada, cooperou, trabalhou e nos deu todo apoio para que essa Conferência fosse realizada.

Agradecemos também aos jovens que vieram de outras igrejas para participaram conosco, desta conferência, e destaco os jovens da Mocidade dos Imbuias, que em todos os dias, se fizeram presentes. Aos jovens da Mocidade de Vila São José, que nos apoiou em 3 dos 5 dias e os jovens de Jd. Miriam, que estiveram conosco em 2 dias. Agradevemos também a todos os outros visitantes, que nos apoiou ao menos em um dia da semana, que Deus abençoe a vida de todos.

Queremos lembrar os nossos preletores:
Segunda-feira: Enoque José da Silva
Terça-feira: Isaque José da Silva
Quarta-feira: Pr. Ademário Junior
Quinta-feira: Rafael Bodri
Sexta-feira: Pr. Rui Alexandre

Que nosso Deus continue abençoando a vida de todos, e que vocês continuem sendo benção.

Agradecemos em especial, a irmã Alice e a irmão Maria Elza, pela colaboração nos lanche e chocolate quente e a irmã Eliene, pela molho do pão com saisicha.

Bom, é impossivel citar o nome de todos, que nos ajudou e cooperou, contudo, temos conhecimento e certeza que Deus sabe que estava envolvido neste projeto e o nosso pedido é que Deus possoa abençoar a vida de vocês.

Não se esqueçam

“Juntos somos melhores”

Que Deus abençoe.
Forte abraço

Maicon Peireira

23 de agosto de 2013

Entrevista : Elizio & Adriana


Há uma semana do casamento, o casal Elízio & Adriana concederam uma entrevista à Mocidade Kades, sobre como tudo o que aconteceu. Apresentação, namoro e véspera de casamento. Confira o Video Exibido no Dia 22/11/2012.

Em Que Lado Você Está ?


Dia 09 de julho foi um dia especial, feriado no Estado de São Paulo, dia chuvoso, frio, contudo, cerca de 50 jovens se reuniram na Charara da Matta com o intuito de louvar e engrandecer o nosso Deus.
Com certeza, foi mais uma benção alcançada, graças a Deus, que sempre está presente em nosso meio, ao Ricardo e a Vera, que nos concedeu o local gratuitamente, aos nossos queridos irmãos, que nos apoiou e nos ajudou com a refeição, ao Pastor Rui, que mais uma vez nos abençoou através da Ministração da Palavra do nosso Grandiosso Deus, e agradecemos ainda todos os jovens que estiveram presentes, nos ajudando e cooperando neste Ministério tão importante.
Que Deus continue abençoando está mocidade e que juntos possamos permanecer com essa comunhão tão maravilhosa.

Que Deus abençoe a todos.
Forte abraço.

Maicon Pereira

28º Aniversário da Igreja Batista Emanuel


Mocidade Kades foi Convidada Para Apresentar Teatro no 28º Aniversário da Igreja Batista Emanuel. Evento que Irá Começar às 19 hrs. Não Fique Fora dessa! Venha Conferir e Louvar ao Nosso Grande e Glorioso Deus Também. Mais Informações :  Clique Aqui

23 de maio de 2013

Acampadentro




No dia 23/04 foi realizado juntamente com os adolescentes da PIBBVN, nosso acampadentro, junto de nós também estavam irmãos de outras igrejas.

Foi uma noite maravilhosa, gincanas, vídeo game, um  filme maravilhoso que certamente falou ao coração de todos, mostrando a importância de nós jovens sermos verdadeiros cristãos e ser luz para o mundo, luz na vida das pessoas, principalmente de jovens como nós sem Cristo, que nesta idade estão propensos à prostituição, drogas, alcoolismo, tudo aquilo que destrói suas vidas.

O nosso jovem seminarista Rafael Bodri trouxe uma palavra após o filme, para que pudéssemos refletir um pouco  mais sobre, e nos fez pensar: “Qual a diferença que estamos fazendo entre nossos amigos, na escola, em casa, no nosso bairro, para que as pessoas notem que somo diferentes e felizes para querer ser como somos?”

Após o a palavra foi feito o sorteio do amigo chocolate, um momento muito descontraído e muito divertido! Depois disso passamos a madrugada em comunhão, jogando, conversando e alguns cochilando e às 06:00 tomamos nosso café e encerramos a programação.

Agradeci à Deus por ter vivido aquele momento de comunhão com meus irmãos e por ter feito novas amizades, são momentos como este que nos mostram como é bom estar na presença de Deus com nossos irmãos e que, do contrário do que os jovens não crentes  pensam, ser um jovem cristão não é chato e nem careta, muito pelo contrário, é um privilégio e nós nos divertimos muito também!

Por Gabriela Silva

Resumo do Filme "Para Salvar uma Vida"



Vale A Pena Assistir !

20 de maio de 2013

Recomeçando o Amor




O telefone tocou...
- Alô?
- Alô. Luciano?
- Sim. Quem é?
- Não conhece mais a minha voz?
- Não estou conseguindo identificar. Quem está falando?
- Nossa, como foi fácil pra você me esquecer... Acho que não tivemos muito significado...
- Nathasha?!
- Oi...
- Que surpresa você me ligar! Pra quem disse que queria me esquecer para sempre...
- Vai ofender? Eu desligo!
- Fique à vontade, querida. Quem ligou foi você mesmo...
- Não, espere, não vou desligar. Desculpe. É que estou aborrecida, só isso.
- Tá. E o que você quer?
- Nada. Eu só queria ouvir sua voz.
- Só? Então já ouviu. Mais alguma coisa?
- Espere, pare de ser grosso. Não, desculpe, não desligue. É que eu estou me sentindo muito
sozinha.
- Foi você quem quis assim, querida. Sorva do seu próprio veneno.
- Realmente você não muda. Só sabe acusar...
- Bom, vou desligar. Tchau...
- NÃO, PELO AMOR DE DEUS, não desligue, espere, preciso te dizer algo...
- Fala logo, Natasha. Tenho que trabalhar.
- Eu estava errada. Me perdoe.
- ERRADA? Você estava errada? Tem certeza disso? Será que não é um pouco tarde pra dizer
isso?
- Mas agora eu reconheço...Por favor, amor, me perdoe!
- Agora? Depois que você acabou comigo, querida? Até hoje eu pago o mico do papelão que
você me fez passar... Convites distribuídos, acampamento alugado, comida encomendada,
viagem paga, meu casamento com você, tudo perdido... (Luciano suspira). Sofri, sofri mesmo.
Queria matar você! Droga, por que eu tive que amar você? Mas tudo bem. Já faz dois anos...
Ah, meu Deus, dois anos...
- Luciano, pelo amor de Deus, me perdoe!
- Pra que você quer o meu perdão? Você nem ligou pra dizer que já estava com outro cara. Pra
que perdão? Vai viajar com ele, vai viver com ele, meu bem... Só me deixe em paz, por favor!
Luciano chora baixinho.
Sem se dar conta, Luciano percebe uma pessoa na porta do escritório.
Era ela. Natasha estava olhando pra ele. Ela falava do celular.
Luciano fica perplexo, alegre e triste - ela está linda, belíssima, muito elegante. Mas seu rosto
está abatido, cansado, doente. Na mão tinha uma sacola. Aproximou-se da mesa de Luciano, e com olhos lacrimejantes, desligou o celular, olhou para ele e disse:
- Oi, amor.
- Oi, Natasha. Pare de me chamar de amor. Você tá um caco, filha!
Olhos baixos, Natasha começa a tirar da sacola algumas coisas: uma caixa do correio com um CD do Demmis Roussos, que Luciano havia enviado de presente no aniversário, uma boneca de
porcelana numa casinha de papel, um celular pré-pago, alguns livros devocionais, uma bíblia de
Genebra e um pacote de fotografias. Luciano a observava, perplexo, triste, e via as lágrimas de
Natasha molharem a fórmica da sua escrivaninha. Cada objeto tirado era uma facada no
coração sofrido de Luciano. Algumas coisas lhe custaram caro, ele fizera grande esforço para
pagá-las. Mas, pensava ele, se era pra ela, valeria à pena o esforço. Quando tudo terminara,
ele se arrependera de tanto gasto desperdiçado...
- Pensei que você havia jogado fora as coisas que lhe dei, Natasha...
- Eu nunca me esqueci de você, Luciano. Eu errei. Errei muito, me perdoe...
Luciano, jovem advogado, lutador com as interpéries da vida, sabia que Natasha poderia estar
mentindo, como tantas outras vezes, quando namoravam e mesmo quando eram noivos. Mas
havia um quê de diferente no olhar vermelho de Natasha.
- Por que você veio hoje aqui, Natasha? Deu a louca? O que te traz aqui?
- Natasha suspirou, chorou, recompôs-se e disse:
- Estou com câncer, Luciano...
- CÂNCER? Luciano petrificou-se.
- Sim, amor, eu vim me despedir. Saí do hospital à força, pra falar com você e pra morrer em
casa...
Luciano não esperava por essa. Veio-lhe à memória uma de suas discussões, onde Natasha, na
hora do nervoso, dissera: "E daí, Luciano? Que se dane a igreja, que se dane o pastor, que se
dane você, e se Deus achar que estou errada, que me castigue..." Nossa, era como se a cena
passasse de novo na mente de Luciano.
- Como foi, Natasha?
- Depois que eu deixei você, amor, fui caindo no abismo, afastei-me do Senhor, fui morar com
o André, abandonei a Cristo. Eu estava cega. Mas Deus me amava, Luciano. Se eu não fosse
dEle, estaria numa boa agora, bem com o André, bem comigo e pronta pra ir pro Inferno. Mas,
por amor, Deus veio corrigir-me. Ele repreende e castiga a quem ama. Ele me ama, Luciano!
Estou doente. Mas estou bem, porque estou podendo vir até você pra pedir perdão! Nunca fui
feliz, nunca tive paz, saí de casa com 3 meses de vida a dois. O André me batia, me traía, eu
fugi.
- E ele não foi buscar você de volta?!
- O André foi assassinado, Luciano. Tráfico de drogas.
Luciano estava perplexo.
- Luciano, estou voltando pro Senhor, estou me preparando pra partir. Mas tenho que receber o
seu perdão, amor! Sei que nunca irei compensar o que lhe fiz, mas... por favor... ME PERDOA,
AMOR!
Luciano olhou para aquele resto de mulher - outrora tão orgulhosa, ostentando tanta beleza e
auto-suficiência, confiando tanto em seu corpo e em sua fulgurante beleza, e agora, bonita
ainda, mas notadamente pálida, enferma, cheia de hematomas nos braços, pescoço e pernas, e
triste, profundamente triste, a implorar-lhe perdão para morrer em paz!
Cena patética! Ali estava quem Luciano mais amara na vida, quem mais o fizera sofrer, a
depender de uma palavra apenas, para morrer em paz!
"Hora da vingança", veio-lhe à mente. Claro, agora seria a hora da revanche! Mas Luciano era
um moço crente, de bom coração, e seria incapaz de reter a bênção para aquela a quem tanto
amara e que, infelizmente, ainda tanto amava e tanto o fazia sofrer...
Quer que eu perdoe você, Natasha?
SIM, PELO AMOR DE DEUS, Luciano! Nunca mais tomei a Ceia do Senhor, nunca mais louvei ao Luciano. Vá lá, Luciano. Eu conheço o diretor da UTI, pedirei
autorização.
EU, PASTOR?
Sim, filho. Ela é o seu amor.
FOI, PASTOR...
Não, filho. Deus o uniu a ela novamente, ainda que seja na despedida.
Luciano não sabia o que fazer. A família, desconsolada, chorava, mas a mãe, certa do que tinha
que ser feito, empurrou o Luciano até a porta, dizendo: "Vai, filho, corre, antes que seja tarde!"
Ah, aquele corredor que dava para a UTI parecia não ter fim! Cada passo dado era uma
lembrança: o primeiro beijo, a primeira maçã-do-amor, o primeiro jantar, o primeiro por-do-sol
juntos; o dia em que viajaram num encontro missionário, o dia em que foram juntos à praia e
que ele deu de presente a primeira rosa! O jantar de noivado, os telefonemas, tudo. Não
sobraram recordações da tragédia, da traição, do desprezo. Na verdade quem ama guarda as
más experiências numa sacola furada. E Luciano fez assim.
Vestido com o jaleco, a máscara e o sapato de pano, Luciano entrou.
Vários boxes onde pessoas definhavam. Lá estava Natasha, no número 6. Estava no respirador
artificial, cuja sanfona funciona como um pulmão e faz um barulho horripilante. Estava linda,
mas totalmente ligada a aparelhos, notadamente cansada, em coma, morrendo. Luciano sentiu
sua dor. Chorou. Tremeu. Segurou forte a mão de sua amada.
Pensou em Cristo, que dera a vida pela noiva, pensou em Oséias, que aceitou a esposa adúltera
novamente, pensou em Deus, que tantas e tantas vezes tratou a Jerusalém com compaixão.
Quem era ele para não perdoar? Quem era ele para não acolher?
Então orou.
"Senhor, o que posso dizer? Minha garota está morrendo! Ex-garota, claro. Mas mesmo assim
está doendo, Pai! E eu sou impotente diante de tudo isso! Essas máquinas, esse cheiro de éter
e de carnes inflamadas, esse barulho infernal, meu Pai, o que posso dizer? Que deixe a minha
garota morrer em paz? Sim, Senhor, leve-a para a tua glória! Eu a amo! Mas sei que tu a amas mais do que eu! Abençoa a Natasha. Em nome de Jes...
Subitamente Luciano pensou em completar a oração com o seguinte pedido:
"Mas, Senhor, se ainda houver um espaço para ela viver para ti, recuperar parte do tempo
perdido, se na tua infinita misericórdia não for demais, por favor, Senhor, cura a tua serva. Ela
já sofreu bastante, ela aprendeu, Senhor. Até eu, que fui o mais ofendido, já a perdoei! Por
favor, Senhor, se der, devolve-lhe a vida! Mesmo que não seja pra viver comigo. E agora sim,
em nome de Jesus. Amém".
Por favor, me avisem - disse Luciano aos familiares - , me avisem quando tudo terminar. Quero
estar presente.
E foi embora. Tirou a tarde para viajar, seu hobby preferido: foi pra uma cidadezinha próxima,
ver o pôr-do-sol.

PARTE FINAL
No caminho, ao longo da rodovia, seus pensamentos corriam mais que o vento: por que tudo
isso estaria acontecendo? As coisas não poderiam ter sido mais fáceis? E agora? Ele, no carro,
ela no hospital, a lembrança daquelas máquinas monstruosas de prolongar a vida não lhe saíam
da memória... As lágrimas corriam, misturadas à poeira do vento seco do caminho. Revoltado com tudo isso, parou o carro no acostamento. Encontrou uma estradinha de terra.
Devagar, como a seguir um féretro, entrou pela rota dos sitiantes. Subiu devagar a montanha,
encontrou um mirante.
Parou, abriu a porta, e, num grito de dor e lamento, chorou. Ah, como chorou! Seu pranto
escorria pela porta do carro. Os pássaros, assustados, aquietaram-se nas árvores,
contemplando aquele misto de dor e revolta. Parecia que todo o mundo fazia silêncio em
respeito a tanta dor.
Deus, por que? Por que? Por que? Por que tive que amá-la? Por que tive que vê-la? E agora,
Senhor, o que fazer? E se tu a levares? O que será de mim? Eu já estava quase esquecendo,
Senhor! Agora tudo volta a doer! Senhor, Senhor...
Cansado de tanto chorar, entrou no carro e deitou-se, estendendo o banco para o fundo.
Travou a porta, colocou uma fita de música clássica e desfaleceu. Ali estava um moço de valor,
que amava e que lutava entre sua vontade e a vontade de Deus.Sonhou durante o sono, no
delírio da febre. Sonhou estar na igreja.
Viu o pastor a pregar, e, ao seu lado estava Natasha, bonita e sorridente. Lá do púlpito o pastor
dizia: "Aquele que amar mais à sua mulher, mais do que a mim, não é digno de mim - palavras
de Jesus!" E, aos poucos, o sorriso de Natasha foi sendo coberto por uma neblina e
desaparecia. Assim acordou.
Assustado e cônscio de que Deus falara com ele, pôs-se a orar, dizendo:
Senhor, sei que é difícil, mas tenho que fazer isso. Confesso que estou revoltado, ó, Pai. Quero
fazer a minha vontade, não a tua. Eu não estou conseguindo aceitar a tua vontade, caso seja a
de levá-la embora! Sei que estou errado, Senhor, e sei que é isso que quisestes me falar.
Senhor, sou teu servo e quero te obedecer. Se irás tirar a
Natasha mais uma vez, tira-a, apesar de mim. Por mais que isso doa,
Senhor, prefiro assim: não quero perder-te Senhor. Só me ajude e console o meu coração... Tu
sabes o que será melhor para ela, e também melhor pra mim. Em Nome de Jesus, Amém.

Voltou a dormir.
Toca o celular.
Alô?
Luciano?
Sim, sou eu.
Aqui é o pastor, filho. Como você está?
Bem mal, pastor. Mas sobrevivendo...
Eu orei por você, garoto. Pedi a Deus para lhe fazer suficientemente forte para renunciar, se
preciso for. Você quer conversar sobre isso?
Pastor - disse, sorrindo o rapaz, - já o ouvi pregar agorinha mesmo no sonho, já renunciei a
Natasha. Está doendo, mas estou em paz.
Obrigado.
Ótimo. Então volte pro hospital, Luciano. A Natasha acordou e saiu do estado crítico. Ela quer
ver você...
O QUE??? SÉRIO, PASTOR?
Séríssimo. Vem com calma, mas acelera, filho...
Não levou hora e meia e Luciano estava entregando a chave do carro pro manobrista do
hospital.
E a Natasha? , perguntou à mãe dela.
Filho, corre, ela está chamando por você! Vai, filho! Deus está agindo! Eu já a vi, mas ela teima
que quer ver-lhe!
Agora o corredor do hospital era longo demais para ele. Se pudesse, daria três passos em um,
para chegar mais rápido e contemplar o rosto de sua amada. Seu coração estava disparado,
pensava no que ouviria e no que diria. O suor lhe escorria pela face e as vistas estavam
enfumaçadas. Correu a vestir o jaleco, o sapato de pano, as luvas e a máscara. Box 06. Lá
estava ela, e três médicos
palestrando. Ao olharem o rapaz, perguntaram:
Você é o Luciano?
Sim, doutor, sou eu. Por que?
Converse um pouco com ela. Ela gritou o seu nome por mais de meia hora e nos deixou quase
loucos! Isso é que é amor! Mas seja breve, ainda não entendemos essa súbita melhora. Temos
que medicá-la novamente.

Aproximou-se do leito. Os lábios de Natasha estavam sangrados, a boca ferida, canos haviam
saído da garganta, o pescoço estava com fios, braços e pernas com soro, sondas, enfim, uma
cena dramática, mas não tanto quanto na última vez. Pelo menos o respirador artificial estava
desligado, e em silêncio...
Lu..cia..no.. me.u...a..mor....
Fala, querida, eu estou aqui!
Je..sus....veio..a..qui! Eu..vi!
Luciano deixou as lágrimas verterem de seus olhos, lágrimas quentes e profundas.
Você estava sonhando, querida.
Nã..ão, meu ..a..mor, Je..sus veio...me di..zer.. uma..coi..sa!
Um tanto alegre, mas também incrédulo, Luciano pergunta:
E o que Jesus lhe disse, amor?
Dis.se...que.. vo..cê..me ama..va e..que..es.ta...va... (cof! cof!) es..ta..va. orando lá..num
sí..tio.. por..mim...e ..lu..tan..do ...para me renun..ciar..
Luciano gelou. Natasha completou:
E..le.. me..dis..se..que..a.ceitou..a.sua..or.a..ção!
Agora ele estava arrepiado. Não só isso, ele estava com as pernas totalmente moles e
adormecidas, num misto de medo e perplexidade.
E sobre você, amor, ele disse alguma coisa?
Dis.se..pa..ra....que..eu não ...pe..casse.. de nno..vo... - Natasha adormeceu.
Natasha!!! Natasha!! Não morra!!!
Calma, garoto - disse o médico - ela só adormeceu. Fique tranqüilo, mas saia agora, temos que
seguir os procedimentos necessários.
E assim foi.
Natasha saiu do hospital em 20 dias. Sem explicação convincente, os médicos quiseram
impetrar a si mesmos um erro de avaliação e diagnóstico,dizendo que pensaram que havia
câncer onde nada existia, mas não sabiam explicar as dúzias de exames, de biópsias, de
ressonâncias e de quimioterapias feitas. Claro, grande parte da medicina desconhece o poder
de Deus, a misericórdia do Altíssimo. E um câncer desaparecido tem que parecer um mero
"erro médico". Mas o milagre acontecera de fato...
Outra tarde, fim de expediente no escritório de Luciano, Natasha de pé em frente à
escrivaninha de trabalho dele.Luciano, de agora em diante eu viverei cada dia como um milagre do
Senhor, e viverei apenas e tão-somente para a glória Dele.
Que bom, Natasha! Espero que você seja feliz! Orarei sempre por você!
Luciano...
Fale, querida.
Quero pedir só mais uma coisa.
Se eu puder atender...
Eu quero me casar com você e ser a sua mulher, a sua companheira, e servir ao Senhor ao seu
lado. Eu te amo! Me perdoe por tudo que fiz!
Era tudo o que o rapaz queria ouvir. Sorridente, abriu a gaveta da escrivaninha e tirou uma
linda boneca de porcelana, numa casinha de papelão, idêntica à primeira, presenteada quando
começaram a namorar. Levantou-se, entregou-lhe a boneca, abraçou sua amada pela cintura,
trazendo-a para junto de seu rosto, e lhe disse, com um brilho jamais visto em seu olhar:
Eu perdôo você e quero recebê-la como minha esposa, meu amor. Eu te amo!
Também te amo, querido!
Não se podia descrever o que era mais bonito e brilhante; se o brilho do sol da tarde, clareando
toda a sala pelas vidraças, ou se o brilho do beijo de Natasha e Luciano, ao som da mais linda
música que o mundo pode ouvir: o palpitar de dois corações apaixonados.
Aliás, apaixonados por Deus primeiramente, e, por causa do Senhor, apaixonados um pelo
outro...

Pastor Wagner Antonio Araújo